domingo, 4 de janeiro de 2009

Bruno Wheinhals

UM NOME PARA TI

um som que te faz ser quando precisares de ti
Para ti uma grafia uma sílaba mais forte
como rosto cabelo andar as pequenas manias

Com o teu nome existes Foste já
inventado para o macio aconchego
da pele ainda não presente

Bruno Weinhals
Uma Conversa Passa Pelo Papel
tradução colectiva

UMA VOZ COMEÇA E EXPANDE-SE

pelas tuas páginas A sombra que ignoras
vai avançando lenta O que refresca a pele
gostaria também de as folhear (pões a mão no livro)

A sombra alcança-te agora Não te incomoda
Mesmo sem solo teu sabor agrada às palavras
bela e fresca e tão curiosa

Bruno Weinhals
Uma Conversa Passa Pelo Papel
tradução colectiva


PAÍS DO MEIO-DIA

Atravessado pelo zumbido de um único ruído de carros
e pela música infinda de uma estação de rádio
o vazio do meio-dia

A cidade uma configuração constituída
por rede de aço e estruturas de betão

Atrás das gruas brilha
a água da bacia portuária
indolente em todas as cores de óleo usado

As ruas varridas
pelo sol recozidas

O apressado asfalto da cidade
um caminho de fuga
para a paisagem pedregosa

Uma língua quente rasga o corpo em suor

As cores são pó
não pó
são pedras

Bruno Wheinhals
Uma Conversa Passa Pelo Papel
e outros poemas
Tradução colectiva

DÁDIVA MATINAL

Um beijo
e estas palavras
ao teu ouvido
na tua boca
possa este peso imposto
ser-te leve

Bruno Wheinhals
Uma Conversa Passa Pelo Papel
e outros poemas
Tradução colectiva

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