quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Arquitecto Raúl Chorão Ramalho


                                           
  Introdução

De uma maneira geral, e para o senso comum do país, a arquitectura portuguesa do séc. XX não é entendida ainda como património a valorizar e a defender, sendo apenas as construções mais recuadas no tempo consideradas memória histórica. Mesmo a Arquitectura
Moderna Portuguesa e os arquitectos portugueses que aderiram plenamente ao seu vocabulário, num louvável esforço de actualização da linguagem arquitectónica, malgrado os fortes condicionalismos ditados pela estética ideológica do Estado Novo, pouca atenção têm merecido.
Não constituirá, pois, excepção que a obra de Raul Chorão Ramalho, figura incontornável na afirmação do movimento moderno em Portugal e de produção assentando em larga escala no arquipélago da Madeira, continue a merecer uma maior divulgação através de estudo mais atento e aprofundado. Os seus edifícios marcam claramente a fisionomia do arquipélago da Madeira e muito concretamente a paisagem urbana do Funchal, cunhando um tempo e uma época com construções perenes e dignas que afirmativamente trouxeram à ilha uma nova linguagem arquitectónica consonante com as preocupações da mais informada vanguarda portuguesa e arquitectura internacional. Isto, numa região pobre e atrasada sócio-culturalmente pelo isolamento político e geográfico e pelo excessivo peso da igreja.
A sua obra foi objecto de devida homenagem em 1997, com a exposição dos seus projectos na Casa da Cerca, em Almada, e depois no Funchal, no Salão Nobre da Assembleia Legislativa Regional, fruto do aturado trabalho do seu último colaborador, o arquitecto Victor Mestre, e da sócia deste, Sofia Aleixo, que em boa hora levaram a cabo a inventariação do seu espólio de atelier,
num merecido corolário da sua actividade profissional, ainda em vida do autor. Não obstante, é na preocupação de dar a conhecer a importante obra de Chorão Ramalho e consciencializar, para melhor proteger, que surge este trabalho, modesto, mas empenhado, labor de divulgação.
Procuramos com este trabalho valorizar, através de testemunho e análise, o importante património moderno que a Região Autónoma da Madeira possui e deve a Chorão Ramalho.
Para tanto procurámos investigar o espólio do atelier do arquitecto Chorão Ramalho que, após a sua- morte, foi depositado pela família na antiga Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, hoje Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana, mais precisamente na sua biblioteca instalada no Forte de Sacavém;..........................
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A Obra de Raúl Chorão Ramalho
no Arquipélago da Madeira
Emanuel Gaspar de Freitas
Caleidoscópio
2010

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