GERVÁSIO
Inter-Sonho
Ao Nesso
É nas ânsias loiras, ascendendo o espaço,
Qu 'há Bocas 'smagadas, raivas irreais,
Qu'há carnes que s'estorcem em espasmos d'aço
Almas que s'elevam às regiões astrais!
Vontades d'emigrar para o peito qu'rido,
Em Matéria e Alma ali se condensar;
Sorver aos poucos o Corpo apetecido,
Ah!...´smagar... torcer... premir... espedaçar...
Moles os Sentidos do c'lorido amplexo,
Tremida toda a Alma, êxtases já sem nexo,
Os pensamentos loiros 'svoaçam pelo ar...
Há só então n ' alma o pálido reflexo,
De tudo que oscilou, cinz'inda a queimar!
E na boca seca, um ruivo palpitar.
GERVÁSIO
Faro,12-2-1917
Poesia Futurista Portuguesa
(Faro 1919-1917)
selecção de Nuno Júdice
Ao Nesso
É nas ânsias loiras, ascendendo o espaço,
Qu 'há Bocas 'smagadas, raivas irreais,
Qu'há carnes que s'estorcem em espasmos d'aço
Almas que s'elevam às regiões astrais!
Vontades d'emigrar para o peito qu'rido,
Em Matéria e Alma ali se condensar;
Sorver aos poucos o Corpo apetecido,
Ah!...´smagar... torcer... premir... espedaçar...
Moles os Sentidos do c'lorido amplexo,
Tremida toda a Alma, êxtases já sem nexo,
Os pensamentos loiros 'svoaçam pelo ar...
Há só então n ' alma o pálido reflexo,
De tudo que oscilou, cinz'inda a queimar!
E na boca seca, um ruivo palpitar.
GERVÁSIO
Faro,12-2-1917
Poesia Futurista Portuguesa
(Faro 1919-1917)
selecção de Nuno Júdice
Etiquetas: poesia/poetry/poesie
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