Yannis Ritsos
A OUTRA CIDADE
Há muitas solidões cruzadas diz em cima a em baixo
e outras no meio; diferentes a semelhantes, forçadas e impostas
ou como que escolhidas, como que livres mas sempre cruzadas.
Mas no fundo, no centro, há apenas uma solidão diz;
uma cidade vazia, quase esférica, sem quaisquer
anúncios luminosos multicores, sem lojas, sem motocicletas,
com uma luz branca, vazia, brumosa, interrompida
por centelhas de desconhecidos semáforos. Nesta cidade
habitam desde há anos os poetas. Caminham silenciosos de braços cruzados,
recordam factos imprecisos, esquecidos, palavras, paisagens,
estes consoladores do mundo, sempre inconsolados, perseguidos
pelos cães, pelos homens, pelos vermes, pelos ratos, pelas estrelas,
perseguidos até pelas suas próprias palavras, ditas ou não ditas.
Yannis Ritsos
Trad. de Custódio Magueijo
Há muitas solidões cruzadas diz em cima a em baixo
e outras no meio; diferentes a semelhantes, forçadas e impostas
ou como que escolhidas, como que livres mas sempre cruzadas.
Mas no fundo, no centro, há apenas uma solidão diz;
uma cidade vazia, quase esférica, sem quaisquer
anúncios luminosos multicores, sem lojas, sem motocicletas,
com uma luz branca, vazia, brumosa, interrompida
por centelhas de desconhecidos semáforos. Nesta cidade
habitam desde há anos os poetas. Caminham silenciosos de braços cruzados,
recordam factos imprecisos, esquecidos, palavras, paisagens,
estes consoladores do mundo, sempre inconsolados, perseguidos
pelos cães, pelos homens, pelos vermes, pelos ratos, pelas estrelas,
perseguidos até pelas suas próprias palavras, ditas ou não ditas.
Yannis Ritsos
Trad. de Custódio Magueijo
Etiquetas: poesia/poetry/poesie
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