José Carlos Barros
A IMPOSSIBILIDADE DO AMOR
Um inverno que levasse tudo. As folhas,
os caules, os ramos secos de novembro,
a gramática, o ardor remanescente
de criança suja brincando nos telhados
dos armazéns. Pouco ficou desses
desenhos, o cinzento das fábricas,
a pressentida sombra da idade, o pó do
ouro soprado contra os vasos altos
do armário. E agora é tarde, a inocência
em travessia difícil contra os vidros
do passado, o ultraje da lírica exposto
nas praças. Já nem procuras, como se
um cão abandonado te esperasse à
porta para a impossibilidade do amor.
José Carlos Barros
Antologia da Novíssima Poesia Portuguesa
Coordenação de Pedro Mexia
O Contador de Histórias
Câmara Municipal de Tomar
1997
Um inverno que levasse tudo. As folhas,
os caules, os ramos secos de novembro,
a gramática, o ardor remanescente
de criança suja brincando nos telhados
dos armazéns. Pouco ficou desses
desenhos, o cinzento das fábricas,
a pressentida sombra da idade, o pó do
ouro soprado contra os vasos altos
do armário. E agora é tarde, a inocência
em travessia difícil contra os vidros
do passado, o ultraje da lírica exposto
nas praças. Já nem procuras, como se
um cão abandonado te esperasse à
porta para a impossibilidade do amor.
José Carlos Barros
Antologia da Novíssima Poesia Portuguesa
Coordenação de Pedro Mexia
O Contador de Histórias
Câmara Municipal de Tomar
1997
Etiquetas: poesia/poetry/poesie
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