António Franco Alexandre
É nesta casa sem janelas que mora
dulcineia! dulcineia! já antes se mostrara
que, do amor, só conhecemos a ideia;
ficou-me a glória de dizer-lhe o nome, e em verso fosco
desenhar-lhe a figura, a sem figura. Digo,
do mar ausente, a amurada, o parapeito;
dos vastos campos, a amplidão celeste;
da água, o seu rumor nos tornozelos.
fiquei-me gordo e só, na estrebaria imunda,
roendo coisas vãs pelos cabelos,
a arremessar com folhas a gigantes.
E agora vou nascer, num só instante;
ser, de uma ilha, o rei deposto e vivo;
tomar-me, também eu, falso gigante.
ANTÓNIO FRANCO ALEXANDRE (1944)
Poemas
Poemário 2004
Assírio& Alvim
dulcineia! dulcineia! já antes se mostrara
que, do amor, só conhecemos a ideia;
ficou-me a glória de dizer-lhe o nome, e em verso fosco
desenhar-lhe a figura, a sem figura. Digo,
do mar ausente, a amurada, o parapeito;
dos vastos campos, a amplidão celeste;
da água, o seu rumor nos tornozelos.
fiquei-me gordo e só, na estrebaria imunda,
roendo coisas vãs pelos cabelos,
a arremessar com folhas a gigantes.
E agora vou nascer, num só instante;
ser, de uma ilha, o rei deposto e vivo;
tomar-me, também eu, falso gigante.
ANTÓNIO FRANCO ALEXANDRE (1944)
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Etiquetas: poesia/poetry/poesie
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