Horácio
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Horácio
Arte Poética
Roma
(c. 65-8 a. C.)
ARTE POÉTICA
(1-13)
Harmonia e proporção entre as partes da obra poética
Se um pintor à cabeça humana unisse
pescoço de cavalo e de diversas
penas vestisse o corpo organizado
de membros de animais de toda a espécie,
de sorte que mulher de belo aspecto
em torpe e negro peixe rematasse
vós, chamados a ver esta pintura,
o riso sofreríeis? Pois convosco
assentai, ó Pisões, que a um quadro destes
será mui semelhante aquele livro
no qual ideias vãs se representam
(quais os sonhos do enfermo), de tal modo,
que nem pés, nem cabeça a uma só forma
convenha. De fingir ampla licença
ao poeta e pintor sempre foi dada.
Assim é; e entre nós tal liberdade
pedimos mutuamente, e concedemos;
mas não há-de ser tanta, que se ajunte
agreste çom suave, e queira unir-se
ave a serpente, cordeirinho a tigre.
TRAD.: CÂNDIDO LUSITANO
Rosa do Mundo
2001 Poemas Para o Futuro
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Horácio
Arte Poética
Roma
(c. 65-8 a. C.)
ARTE POÉTICA
(1-13)
Harmonia e proporção entre as partes da obra poética
Se um pintor à cabeça humana unisse
pescoço de cavalo e de diversas
penas vestisse o corpo organizado
de membros de animais de toda a espécie,
de sorte que mulher de belo aspecto
em torpe e negro peixe rematasse
vós, chamados a ver esta pintura,
o riso sofreríeis? Pois convosco
assentai, ó Pisões, que a um quadro destes
será mui semelhante aquele livro
no qual ideias vãs se representam
(quais os sonhos do enfermo), de tal modo,
que nem pés, nem cabeça a uma só forma
convenha. De fingir ampla licença
ao poeta e pintor sempre foi dada.
Assim é; e entre nós tal liberdade
pedimos mutuamente, e concedemos;
mas não há-de ser tanta, que se ajunte
agreste çom suave, e queira unir-se
ave a serpente, cordeirinho a tigre.
TRAD.: CÂNDIDO LUSITANO
Rosa do Mundo
2001 Poemas Para o Futuro
Etiquetas: poesia/poetry/poesie
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