Margarida Vale de Gato
MULHER AO MAR
MAYDAY lanço, porque a guerra dura
e está vazio o vaso em que parti
e cede ao fundo onde a vaga fura,
suga a fissura, uma falta – não
um tarro de cortiça que vogasse;
especifico: é terracota e fractura,
e eu sou esparsa, e a liquidez maciça.
Tarde, sei, será, se vier socorro:
se transluz pouco ao escuro este sinal,
e a água não prevê qualquer escritura
se jazo aqui: rasura apenas, branda
a costura, fará a onda em ponto
lento um manto sobre o afogamento.
Margarida Vale de Gato
in Sulscrito, revista de literatura, número 1, verão de 2007
http://casadospoetas.blogs.sapo.pt/24532.html
Etiquetas: poesia/poetry/poesie
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