terça-feira, 28 de junho de 2011
segunda-feira, 20 de junho de 2011
domingo, 19 de junho de 2011
GERVÁSIO
Inter-Sonho
Ao Nesso
É nas ânsias loiras, ascendendo o espaço,
Qu 'há Bocas 'smagadas, raivas irreais,
Qu'há carnes que s'estorcem em espasmos d'aço
Almas que s'elevam às regiões astrais!
Vontades d'emigrar para o peito qu'rido,
Em Matéria e Alma ali se condensar;
Sorver aos poucos o Corpo apetecido,
Ah!...´smagar... torcer... premir... espedaçar...
Moles os Sentidos do c'lorido amplexo,
Tremida toda a Alma, êxtases já sem nexo,
Os pensamentos loiros 'svoaçam pelo ar...
Há só então n ' alma o pálido reflexo,
De tudo que oscilou, cinz'inda a queimar!
E na boca seca, um ruivo palpitar.
GERVÁSIO
Faro,12-2-1917
Poesia Futurista Portuguesa
(Faro 1919-1917)
selecção de Nuno Júdice
Ao Nesso
É nas ânsias loiras, ascendendo o espaço,
Qu 'há Bocas 'smagadas, raivas irreais,
Qu'há carnes que s'estorcem em espasmos d'aço
Almas que s'elevam às regiões astrais!
Vontades d'emigrar para o peito qu'rido,
Em Matéria e Alma ali se condensar;
Sorver aos poucos o Corpo apetecido,
Ah!...´smagar... torcer... premir... espedaçar...
Moles os Sentidos do c'lorido amplexo,
Tremida toda a Alma, êxtases já sem nexo,
Os pensamentos loiros 'svoaçam pelo ar...
Há só então n ' alma o pálido reflexo,
De tudo que oscilou, cinz'inda a queimar!
E na boca seca, um ruivo palpitar.
GERVÁSIO
Faro,12-2-1917
Poesia Futurista Portuguesa
(Faro 1919-1917)
selecção de Nuno Júdice
Etiquetas: poesia/poetry/poesie
sábado, 18 de junho de 2011
quinta-feira, 16 de junho de 2011
segunda-feira, 13 de junho de 2011
sábado, 11 de junho de 2011
Maria do Sameiro Barroso
ESPÁDUAS DE LUZ
"Eu estava no mundo.
e o mundo continuava a ser o mundo
mas era também um arquipélago de jardins. "
António Ramos Rosa
(De um poema inédito)
Nas ilhas de silêncio e barcos que a água
e o sangue misturam,
hélices de bruma, redes
cobertas de animais marinhos,
ninhos de folhas, ervas que libertam libélulas
vermelhas e azuis, jacintos
de água. Espáduas de luz.
Seixos, cicatrizes.
Larvas que crescem na língua argilosa que
percorre as fendas branquiais,
os fundos arenosos.
A elipse negra dos rostos.
Porque as palavras são um clarão que liberta
as feridas,
as fímbrias despedaçadas.
Como roseiras insólitas
que ferem, possibilitam o corpo
de estrelícias / solidão,
estátuas negras.
Sementes que germinam.
Desprendendo aromas.
Cinza e claridade.
Maria do Sameiro Barroso
Jardins Imperfeitos
Universitária Editora
"Eu estava no mundo.
e o mundo continuava a ser o mundo
mas era também um arquipélago de jardins. "
António Ramos Rosa
(De um poema inédito)
Nas ilhas de silêncio e barcos que a água
e o sangue misturam,
hélices de bruma, redes
cobertas de animais marinhos,
ninhos de folhas, ervas que libertam libélulas
vermelhas e azuis, jacintos
de água. Espáduas de luz.
Seixos, cicatrizes.
Larvas que crescem na língua argilosa que
percorre as fendas branquiais,
os fundos arenosos.
A elipse negra dos rostos.
Porque as palavras são um clarão que liberta
as feridas,
as fímbrias despedaçadas.
Como roseiras insólitas
que ferem, possibilitam o corpo
de estrelícias / solidão,
estátuas negras.
Sementes que germinam.
Desprendendo aromas.
Cinza e claridade.
Maria do Sameiro Barroso
Jardins Imperfeitos
Universitária Editora
Etiquetas: poesia/poetry/poesie