domingo, 6 de janeiro de 2013
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
O Natal foi passado no Sri Lanka. Andamos por três zonas, Colombo. "resort" Green Paradise na zona de Dambulla e outro "resort" perto de Kandy.
Dessa viagem colocarei aqui algumas fotos que tirei e textos e imagens recolhidos em livros que adquiri.
CHAPTER III
THE FIGHTING MEN: THE PORTUGUESE
Much more information is available about the Portuguese
military establishment in Ceylon in the early 17th century than
about the Kandyans. Portuguese historians who have written
accounts of the fighting during these years have provided a
wealth of details relating to their fighting men - their numbers,
composition, service conditions and so on. There is also much
that can be gathered from contemporary offieial reports and
letters and other documentation preserved in Goan and Lisbon
archives.
The Portuguese fighting men in Ceylon were those sent from
Goa. But Goa was not the real source of the manpower resources
either of Ceylon or the rest of the Estado da India. The source has a
relevance because that determined the type of fighting man that
fought in Ceylon. All the manpower resources of the Portuguese
Orient originated from Portugal itself. Annually an eastbound
fleet, the Carreira da India, left Lisbon in about March. This fleet
brought with it to Goa not only supplies, officials and priests
but also soldiers. And where did Lisbon turn to recruit them. Fr.
Martin Quere has described these troops as
"---young men, still in their teens, who had boarded
the eastbound vessels with the idea of becoming
soldiers or sailors ."
sábado, 12 de maio de 2012
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Finalmente já posso continuar a colocar coisas neste blogue. Houve uma azelhice minha, mas o caso já está resolvido.
Vou recomeçar com um poema de Herberto Helder.
TODAS PÁLIDAS, AS REDES
METIDAS NA VOZ.
Todas pálidas, as redes metidas na voz.
Cantando os pescadores remavam
no ocidente - e as grandes redes
leves caíam pelos peixes abaixo.
Por cima a cal com luz, por baixo os pescadores
cheios de mãos cantando.
Cresciam as barcas por ali fora, a proa
aberta como uma janela ao sal.
Metida na voz, toda pálida, a proa
rimava no ocidente com a cal que os pescadores
remavam, cantando grande, pe-
la luz fora. Ao sol, ao sal.
E o espírito de Deus como num livro
movia-se sobre as águas.
Com seu motor à popa, veloz, peixe
sumptuoso, o espírito de Deus, motor de um nú-
mero de cavalos, galgava
a antiga face pálida das águas. Enquanto,
cantando as redes,
os pescadores metiam as mãos cheias de cal
de cal pelos grandes peixes abaixo.
E pelas barcas fora a luz remava pe-
lo ocidente todo pálido, rimando
as redes leves com a proa.
E o peixe espírito de Deus, rangendo
o motor, rompia com um número,
remando todo pálido os seus grandes
cavalos. Deus
cantava no ocidente sobre as redes de cal,
a proa aberta - como as guelras
da luz. E os pescadores
metiam as redes pelo espírito de Deus abaixo.
E os remos rimavam com as redes
leves no peixe sumptuoso.
Por ali fora as guelras caíam na voz
dos grandes pescadores.
E Deus metido então nas redes, puxado
cor de cal para dentro
das barcas, as mãos cantando cheias
de pescadores.
E sobre as águas rangentes, rompendo
o leve ocidente, os pescadores remavam
o espírito de Deus para terra - peixe
de motor à popa - e a proa
grande aberta.
E cantavam o seu peixe sumptuoso, espírito
pálido na leve cal do ocidente
cantando.
HERBERTO HELDER
de Electronicolírica, 1964
Vou recomeçar com um poema de Herberto Helder.
TODAS PÁLIDAS, AS REDES
METIDAS NA VOZ.
Todas pálidas, as redes metidas na voz.
Cantando os pescadores remavam
no ocidente - e as grandes redes
leves caíam pelos peixes abaixo.
Por cima a cal com luz, por baixo os pescadores
cheios de mãos cantando.
Cresciam as barcas por ali fora, a proa
aberta como uma janela ao sal.
Metida na voz, toda pálida, a proa
rimava no ocidente com a cal que os pescadores
remavam, cantando grande, pe-
la luz fora. Ao sol, ao sal.
E o espírito de Deus como num livro
movia-se sobre as águas.
Com seu motor à popa, veloz, peixe
sumptuoso, o espírito de Deus, motor de um nú-
mero de cavalos, galgava
a antiga face pálida das águas. Enquanto,
cantando as redes,
os pescadores metiam as mãos cheias de cal
de cal pelos grandes peixes abaixo.
E pelas barcas fora a luz remava pe-
lo ocidente todo pálido, rimando
as redes leves com a proa.
E o peixe espírito de Deus, rangendo
o motor, rompia com um número,
remando todo pálido os seus grandes
cavalos. Deus
cantava no ocidente sobre as redes de cal,
a proa aberta - como as guelras
da luz. E os pescadores
metiam as redes pelo espírito de Deus abaixo.
E os remos rimavam com as redes
leves no peixe sumptuoso.
Por ali fora as guelras caíam na voz
dos grandes pescadores.
E Deus metido então nas redes, puxado
cor de cal para dentro
das barcas, as mãos cantando cheias
de pescadores.
E sobre as águas rangentes, rompendo
o leve ocidente, os pescadores remavam
o espírito de Deus para terra - peixe
de motor à popa - e a proa
grande aberta.
E cantavam o seu peixe sumptuoso, espírito
pálido na leve cal do ocidente
cantando.
HERBERTO HELDER
de Electronicolírica, 1964
Etiquetas: poesia/poetry/poesie
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
domingo, 11 de dezembro de 2011
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Anne Sexton
THE GOLD KEY
The speaker in this case
is a middle-aged witch, me—
tangled on my two great arms,
my face in a book
and my mouth wide,
ready to tell you a story or two.
I have come to remind you,
alI of you:
Alice, Samuel, Kurt, Eleanor,
Jane, Brian, MaryeI,
alI of you draw near.
Alice,
at fifty-six do you remember?
Do you remember when you
were read to as a child?
Samuel,
at twenty-two have you forgotten?
Forgotten the ten P.M. dreams
where the wicked king
went up in smoke?
Are you comatose?
Are you undersea7
Attention,
my dears,
let me present to you this boy.
He is sixteen and he wants some answers.
He is each of us
I mean you.
I mean me.
I t is not enough to read Hesse
and drink clam chowder
we must have the answers.
The boy has found a gold key
and he is looking for what it will open.
This boy!
Upon finding a nickel
he would look for a wallet.
This boy!
Upon finding a string
he would look for a harp.
Therefore he holds the key tightly.
Its ,secrets whimper
like a dog in heat.
He turns the key.
Presto!
It opens this book of odd tales
which transform the Brothers Grimm.
Transform?
As if an enlarged paper clip
could be a piece of sculpture.
(And it could. )
transformations
anne sexton
Mariner Books
Etiquetas: poesia/poetry/poesie
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Camila Rodrigo Graña
Jen Davis
Kristoffer Axen
Geoffrey H. Short
Dan Holdsworth
Di Liu
http://www.geoffreyshort.com/Geoff_Short/GEOFF_SHORT.html
http://www.designboom.com/weblog/cat/10/view/12471/di-liu-animal-regulation-series.html
http://www.aperture.org/regen2/artist-detail.php?id=62
http://efe24.blogspot.com/2008/12/florian-joye.html
http://jendavisphoto.com/
http://kristofferaxen.com/
http://www.danholdsworth.com/
Etiquetas: fotografia
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
sábado, 5 de novembro de 2011
David Lynch
in
the Art of David Lynch
Just the words "dark secret" are so beautiful.
I. Lynchs Beautiful
David Lynch has a particular fondness for the adjective beautiful. Whether in official interviewsor in private conversations, his characterization of a wide range of things with this designationis evident. As if he were essentially looking at the world with enthusiastic eyes/ the
artist describes many things as beautiful. He rarely speaks of the opposite. The words terrible and awful are not among the expressions he often makes use of. When addressed about this point he reacts amazed, mischievous, and amused. What does the artist associate with this adjective?
To approach his concept on the matter, we must take a look at the immediate contexts in which something seems beautiful to him. ln a 2007 conversation with Kristine McKenna for the exhibition of his paintings, drawings, and photographs at the Fondation Cartier in Paris Lynch was incessantly enthusiastic about his own works. He stands by them and finds them “cool” or ”beautiful” although they would hardly strike the detached observer as such. What does “beautiful“ mean in the reception of these works? What David Lynch regards as “beautiful” would certainly not be described as such by most viewers.
The factory photographs taken in Poland and the former East Germany in 2006, while filming Inland Empire, are a good example of Lynch´s fascination for a destroyed environment that stems from the era of industrial euphoria. The abandoned/ gloomy, lost atmosphere of decline and decay is hardly reconcilable with our accepted notions of beauty.
..............................................................................
Thomas W. Gaehtgens
David Lynch-Dark Splendor
Edited by Werner Spies
With essays by
Dietmar Dath, Stefanie Diekmann,
Thomas W. Gaehtgens, Andreas Platthaus, Peter-Klaus Scuster, Werner Spies
Etiquetas: /arte
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
domingo, 23 de outubro de 2011
Jorge Guimarães
I. AMBIENTE BIBLIOGRÁFICO DO BARROCO
II. O estudo da colecção
de memórias, crónicas e documentos que interessa para se compreender a história de S. Gonçalo de Lagos, da representação hagiográfica da sua vida à produção social da sua santidade, remete para um período que, entre finais do século XV e princípios do século XVIII, vai construindo novos ritmos sociais e culturais da história religiosa portuguesa.
Recorde-se que, ao longo do século XV e início do século XVI, o chamado movimento das observâncias, no qual se integra a reforma das ordens, malgrado o seu carácter essencialmente disciplinar e de organização interna, contribuiria para uma renovação do sentimento religioso e da espiritualidade. Acompanhado pelo incentivo à publicação e leitura de obras de espiritualidade e formação de círculos devotos que integravam religiosos, clérigos e leigos, este período gera personagens que, na sua maioria pertencentes a ordens religiosas, se tornam notáveis pelo seu exemplo, pelas práticas espirituais ou pelos seus escritos.
Como assinala Ivo Carneiro de Sousa (1) para o caso português, a partir de 1536 entra-se num período em que, todos os anos, ininterruptamente, se publicam obras religiosas e de espiritualidade, movimento editorial que aumenta em meados do século, conhecendo - provavelmente associado à recepção dos decretos tridentinos e ao sucesso da imprensa nacional - uma notória consolidação na década de 1560 e um acréscimo a partir dos anos oitenta, seguido de um demorado declínio da actividade dos prelos portugueses permitindo destacar que o nosso país foi afectado pelo esplendor cultural que caracterizou as cidades do Império Espanhol no século XVII. Assim, das obras inventariadas na referencial Bibliografia Cronológica da Literatura de Espiritualidade, (2) encontramos apenas cinco hagiografias no século XVI, aumentando esse número para o dobro na centúria seguinte,(3) certamente em comunicação com uma nova orientação social e cultural no consumo de vidas e exemplos de santidade, sobretudo portugueses.
Para além daquele movimento reformador renascentista, João Francisco Marques sublinha que do Concílio de Trento resultaria a reafirmação de Cristo como único salvador e redentor dos homens e um fundo incentivo ao valimento dos santos para obtenção do favor divino.
……………………………………………
Jorge Gonçalves Guimarães
SÃO GONÇALO DE LAGOS
Hagiografia, Culto e Memória
Séc.XVI/XVIII
Câmara Municipal de Torres Vedras
Colecção Linhas de Torres
Etiquetas: História
domingo, 16 de outubro de 2011
Jorge de Sena
«MORRA O BISPO E MORRA O PAPA»
Morra o bispo e morra o papa.
maila sua clerezia.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!
Morram frades, morram freiras.
maila sua virgaria.
Ai rosas de sangue e leite.
que só a terra bebia!
Morra o rei e morra o conde.
maila toda fidalgula.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!
Morram meirinho e carrasco.
maila má judicaria.
Ai rosas de sangue e leite.
que só a terra bebia!
Morra quem compra e quem vende,
maila toda a usuraria.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!
Morram pais e morram filhos.
maila toda filharia.
Ai rosas de sangue e leite.
que só a terra bebia!
Morram marido e mulher.
maila casamentaria.
Ai rosas de leite e sangue,
que só a terra bebia!
Morra amigo, morra amante.
mailo amor que se perdia.
Ai rosas de sangue e leite,
que só a terra bebia!
Morra tudo, minha gente.
vivam povo e rebeldia.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!
Jorge de Sena
Visão Perpétua
5/1964
Morra o bispo e morra o papa.
maila sua clerezia.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!
Morram frades, morram freiras.
maila sua virgaria.
Ai rosas de sangue e leite.
que só a terra bebia!
Morra o rei e morra o conde.
maila toda fidalgula.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!
Morram meirinho e carrasco.
maila má judicaria.
Ai rosas de sangue e leite.
que só a terra bebia!
Morra quem compra e quem vende,
maila toda a usuraria.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!
Morram pais e morram filhos.
maila toda filharia.
Ai rosas de sangue e leite.
que só a terra bebia!
Morram marido e mulher.
maila casamentaria.
Ai rosas de leite e sangue,
que só a terra bebia!
Morra amigo, morra amante.
mailo amor que se perdia.
Ai rosas de sangue e leite,
que só a terra bebia!
Morra tudo, minha gente.
vivam povo e rebeldia.
Ai rosas de leite e sangue.
que só a terra bebia!
Jorge de Sena
Visão Perpétua
5/1964
Etiquetas: poesia/poetry/poesie
Slavoj Žižek
http://boitempoeditorial.wordpress.com/2011/10/11/a-tinta-vermelha-discurso-de-slavoj-zizek-aos-manifestantes-do-movimento-occupy-wall-street/
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
domingo, 18 de setembro de 2011
Carlos Tê
ninguém escreve à alice
era outono e a tristeza
caía naqueles lados
como se dobrassem sinos
com um toque de finados
o mundo chamava alice
e ela sem vontade de ir
tão cedo para estar amarga
mais ainda para cair
talvez uma só palavra
talvez uma só missiva
pudesse mudar a agulha
dum coração à deriva
mas o carteiro passou
nada deixou nada disse
e o recado não chegou
ninguém escreve à alice
ninguém escreve à alice
até que veio o inverno
do seu descontentamento
que lhe enregelou a alma
com um frio mudo e lento
uma noite foi para a rua
com roupas de ritual
ao longe brilhavam néons
foi notícia no jornal
talvez uma só palavra
talvez um simples recado
pudesse mudar a agulha
dum coração desvairado
mas o carteiro passou
nada deixou nada disse
e o recado não chegou
ninguém escreve à alice
carlos tê
era outono e a tristeza
caía naqueles lados
como se dobrassem sinos
com um toque de finados
o mundo chamava alice
e ela sem vontade de ir
tão cedo para estar amarga
mais ainda para cair
talvez uma só palavra
talvez uma só missiva
pudesse mudar a agulha
dum coração à deriva
mas o carteiro passou
nada deixou nada disse
e o recado não chegou
ninguém escreve à alice
ninguém escreve à alice
até que veio o inverno
do seu descontentamento
que lhe enregelou a alma
com um frio mudo e lento
uma noite foi para a rua
com roupas de ritual
ao longe brilhavam néons
foi notícia no jornal
talvez uma só palavra
talvez um simples recado
pudesse mudar a agulha
dum coração desvairado
mas o carteiro passou
nada deixou nada disse
e o recado não chegou
ninguém escreve à alice
carlos tê
Etiquetas: poesia/poetry/poesie